Assembleias eletrônicas, você já participou de alguma?
Tecnologia é uma das palavras que melhor podem resumir o mercado acionário hoje em dia. Dos gritos pela compra e venda de ações às plataformas eletrônicas de negociação, muita coisa mudou. E começa a mudar também a maneira com que as empresas de capital aberto se relacionam com os acionistas. Se até pouco tempo atrás, uma assembleia precisava ser feita cara a cara, agora existe a opção de se fazer tudo online, utilizando inclusive o voto eletrônico. A ferramenta já é regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pode facilitar bastante a vida dos acionistas.
Entenda como participar das votações sem sair de casa Fonte: www.assembleiasonline.com.br |
Quem fica de olho para fazer parte das assembleias comuns, presenciais, provavelmente já esbarrou em problemas que acabam limitando a participação, como o fato de que nem sempre é possível se deslocar para acompanhar a votação, sem contar que às vezes coincide de diversas empresas marcarem a reunião para o mesmo dia. “Nós temos acionistas em todo território nacional, e para quem está no Acre, por exemplo, fica bastante difícil se locomover até São Paulo para fazer parte da votação”, diz Rodrigo Lopes da Luz, assessor de relações com investidores da Eternit, empresa que já utiliza a plataforma digital.
A assembleia digital também tem outra vantagem: o acionista tem um período maior para analisar o mérito de cada quesito que está sendo questionado, já que ele abre a plataforma no momento em que faz o edital de convocação, e tem um prazo de aproximadamente 15 dias para, a qualquer momento, tomar sua decisão. Dessa forma, o voto pode ser mais planejado.
Adesão à nova plataforma - Desde 2008 as assembleias eletrônicas estão disponíveis, mas a integração com o mundo virtual ainda está engatinhando. Até o final de abril, apenas 13 empresas tinham aderido à tecnologia. O processo de participação dos acionistas na plataforma online também está ocorrendo aos poucos. “Como ainda é uma ferramenta nova, o processo da adesão é um trabalho de longo prazo. A mudança requer uma quebra de paradigma, já que os investidores estão acostumados com as formas tradicionais de participação. É normal que inicialmente haja receio”, diz Rodrigo Lopes.
A Bematech, que foi uma das pioneiras na utilização de assembleias digitais, vem percebendo gradualmente a adesão dos investidores. “Na nossa última reunião, 15% dos acionistas estavam online. Ainda é um número pequeno, mas que vem crescendo com o tempo”, diz a diretora de relações com os investidores, Mônica Molina.
É importante ressaltar que a internet não entra nessa história para diminuir o contato presencial do investidor com as companhias, muito pelo contrário, ela complementa os encontros que são físicos para estreitar ainda mais esses laços, já que no novo mercado, as empresas estão cada vez mais buscando manter a comunicação com os acionistas. “No momento da assembleia, o objetivo do acionista está muito mais em registrar o voto do que interagir com a empresa. Procuramos promover a comunicação do investidor de uma forma mais fundamentalista, convocando reuniões, marcando visitações às fábricas”, explica Mônica Molina.
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